Normalmente, quando precisamos ter uma conversa complicada e pontual com alguém, sentimos aquele frio na espinha, aquela sensação de desconforto contínuo parecendo que todas as emoções possíveis passam pela nossa cabeça.

Nesta hora, a tendência é sempre pensar numa maneira de adiar ou até mesmo evitar a pessoa para não ter que lidar com essa sensação estranha. No entanto, este receio da reação do outro não pode ser um problema. Ainda mais para quem é um gestor de área.

As situações difíceis tornam-se rotina na vida de um gestor. É claro que devemos tomar cuidado com a maneira em que expressamos, mas determinadas sensações e pensamentos internos podem atrapalhar o cumprimento da função diante de uma situação de tensão.

Conversas difíceis são inevitáveis. Pode ser desde trocar uma ideia com uma pessoa da equipe sobre o trabalho dela que não está indo bem até aprender a conversar com pessoas que não estão apresentando comportamentos condizentes com a expectativa do gestor.  

Isso sem falar nas situações constrangedoras que podem aparecer diante de uma discordância de posicionamento com alguém diante de uma decisão importante. Esses momentos de encruzilhada geram emoções intensas, e se não feitas com cuidado podem não se resolver e ficarem insuportáveis.

O resultado dessa pressão é justamente correr o risco de acabar despejando sobre pessoas erradas o que pensamos e sentimos de uma forma tão agressiva que gera um contexto péssimo do que o anterior.

Aprender a conversar e a escuta o outro é fundamental para lidar com essas situações.

Como fazer o outro não sentir-se acusado, criticado e julgado injustamente? Como conversar sem dar a impressão que o conteúdo é ataque  pessoal ou uma espécie de estratégia de fuga?

De fato, não temos controle sobre como o outro vai pensar, sentir e agir, mas podemos controlar o conteúdo pensando em algumas realidades.

Entender mais sobre a situação antes da conversa

Precisamos ter a certeza de que temos uma quantidade de informação necessária antes de realizar esse bate-papo. Para isso, a melhor opção é não ficarmos restritos ao que (achamos) que sabemos e ao que particularmente pensamos.

Nossa obrigação, como gestor, é expandir ainda mais a dimensão dessa realidade. Criar um exercício de saber mais sobre a perspectiva do outro antes de tomar decisões contundentes.

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É preciso entender que aquilo que chamamos de realidade, pode ser no fundo apenas um dos entendimentos sobre a realidade do que acontece. Precisamos aprender a realizar as perguntas certas e ouvimos de verdade ativamente aquilo que o outro tem a dizer.

Se conseguirmos adquirir novos dados sobre tudo que acontece facilitamos a nossa própria percepção sobre a situação, e dessa maneira, construir novas ideias sobre as possibilidades.

Nunca vá para uma conversa com a decisão tomada, seja aberto a realmente entender. Procure outras pessoas envolvidas, veja dados relevantes, busque informações dos mais diversos ângulos.

Aprenda a não considerar apenas a sua forma de pensar

Ser líder ou estar na cabeça de um processo é naturalmente ser solitário. Todo líder tende a solidão, mas isso não quer dizer que não deva/possa buscar um conselho de outras pessoas.

Não caia no maior erro dos líderes injustos que é se fechar nos seus escritório e acreditar que liderar de maneira autocrática e isolada é a melhor maneira de se preservar e exercer a sua autoridade e responsabilidade.

Qualquer líder, diante de uma conversa difícil tem autonomia de dizer o que bem entender, mas precisa antes compreender que tem o controle sobre as suas escolhas. Justamente por isso, não tem que optar por uma única lente para ver as situações do dia-dia.

É extremamente difícil distanciar-se das suas prerrogativas, mas treine-se a não ser aquela pessoa que apenas considera o seu próprio modelo mental - que é fruto da sua exclusivas histórias e experiências herdadas - para liderar de maneira egoístas, recortadas e limites. Aprenda que contextos são diferentes e não só isso, eles está em constantes mudanças.

Cada história precisa ser levada como única. Para ter conversas complicadas e delicadas com as pessoas, apenas tornar-se um curioso sobre a lente do outro e procure entender como isso pode te ajudar diante dessa dificuldade de conversar com ela.

Entenda o que é importante para ele e porque está agindo, falando, sendo, pensado daquela maneira. Sempre há uma razão. Não importa se você vai decidir positivamente ou não, mas sua obrigação é entender sobre as pessoas justamente para garantir a melhor decisão para sua equipe, empresa e objetivos. Seja empático na sua abordagem e isso reduzirá a tensão.

Não culpe o outro por um fracasso coletivo

Infelizmente, nem todas as parcerias e relacionamentos são obrigados a darem certo.

As pessoas têm toda uma complexidade nas suas vidas, mas antes de depositar sobre o outro as suas ansiedades e frustrações em uma conversa bélica, apenas reconheça que tem parte diante dessa “fracasso”.

Uma boa maneira de abordar pessoas é justamente convocando essa humildade de entender que você também tem dificuldades suficientes para lidar com aquela situação.

Você não pode controlar como a pessoa pode receber uma conversa difícil, mas pode muito bem policiar como está se comportando. Muitas vezes, a dificuldade da conversa está justamente por acreditar que o outro é quem causou aquele constrangimento e gerou um sentimento na gente que acarretou nesta reação, mas, na verdade, os nossos sentimentos se originam a partir de nossas necessidades atendidas ou não.

Estamos sempre querendo nos preservar e isso pode sim gerar no outro uma sensação de medo tão forte que o faz ver a agressividade como uma única arma de luta. Esta é a resposta para quando gestores não sabem lidar com um funcionário que está cegamente revoltado com algumas insatisfações.

Faça perguntas certeiras e aprenda a ler as respostas

Costume-se sempre a perguntar-se: O que será que está levando o outro a se comportar de forma tão desequilibrada? Quais serão as dores e aflições ele está vivendo neste momento? Será que posso ajudar com as suas necessidades não atendidas?

Algumas escolhas não são nada fáceis, mas com um pouco de consciência coletiva, treino para lidar com pessoas, preparação para todas as situações, criar exercícios e gatilhos para manter sempre um equilíbrio, ter sempre a clareza sobre nossa intenção naquela conversa e ser capaz de fazer um bom convite encontrando uma melhor hora e local, falando sobre a sua boa intenção com ela.

Dialogue inicialmente mais de si que do outro, cuidando para não estar num espaço de fragilidade e fraqueza. E por fim, deixando claro o que espera dela num próximo passo checando o que também seria bom para o outro.

Para que tudo isso saia bem, você precisa conhecer bem cada perfil da sua equipe. Se você quer aproximar-se mais deles e aprender a lidar melhor com cada um em cada situação específica, experimente gratuitamente o Moskit CRM e fique mais perto daquilo que sua equipe faz e espera da sua liderança.